Superação

A luta de Aísha contra a leucemia

Pelotense de 19 anos fará o transplante de medula e precisa do apoio da comunidade para conseguir vencer a doença

Paulo Rossi -

Aquela que vive. O significado corresponde ao nome Aísha e descreve bem a personalidade da jovem pelotense de 19 anos. Lutando contra a leucemia desde 2007, Aísha Schaun está prestes a enfrentar uma batalha decisiva: o transplante de medula óssea. Para isso, precisará largar toda a rotina mantida em Pelotas e partir para Brasília junto de seu pai, o fiel companheiro na briga contra a doença.

A leucemia surgiu quando Aísha tinha apenas nove anos. Na época, o câncer não assustou tanto. "Eu não tinha muita noção do que acontecia", revela. O tratamento foi feito através do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital da Criança Conceição, em Porto Alegre. Entre internações e quimioterapias passaram-se três anos. "Comemoramos Natal, Ano-novo, aniversários e Dia da Criança no hospital", recorda José Luís Schaun, pai da menina. Depois de seguir todos os passos do tratamento, Aísha voltou para casa acreditando estar curada.

Um ano e meio depois, os sintomas da doença reapareceram e o diagnóstico também. A adolescente estava ingressando no primeiro ano do Ensino Médio. "Eu já estava com os cabelos compridos de novo. Tinha até esquecido da leucemia", recorda. O tratamento recomeçou, pai e filha deslocaram-se novamente à capital. Mais três longos anos de quimioterapia e um de internação. Por conta disso, Aísha precisou repetir o ano na escola. Novamente, em 2015, os médicos disseram que ela estava livre da leucemia.

Em junho deste ano, nova surpresa: a leucemia voltou. E a solução para manter o câncer longe de vez é o transplante de medula óssea. A fase mais difícil, achar um doador compatível, já foi cumprida. Na doação não aparentada, quando doador e receptor não são da mesma família, as chances disso acontecer são de uma em cada cem mil casos. Ela encontrou dois. O próximo passo é conseguir concretizar o transplante.

Em Porto Alegre, a fila para realizar o procedimento é imensa - cerca de seis meses de espera. Aísha não pode esperar. "Até o dia do transplante, ela precisa seguir em tratamento para não ter células doentes no organismo", resume o pai. No Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, em Brasília, a espera é praticamente nula. Neste caso, porém, o peso do transplante soma-se às dificuldades de se estabelecer em uma cidade totalmente nova por quase 50 dias.

O principal gasto da família Schaun será a acomodação. Durante todo o período em que ficarão na capital federal, precisarão de um lugar para descansar e se recuperar dos cansativos dias no hospital. "A Aísha estará internada e eu vou ficar com ela das 6h às 23h. Iremos precisar de um local próximo ao hospital", projeta José Luís. Depois do tempo em Brasília, a menina passará quase um ano em Porto Alegre e também precisará de local para ficar. Além disso, transporte, alimentação e despesas extras entram na conta.

O gasto estimado para o ano de tratamento é R$ 30 mil. Para arrecadar a quantia, Aísha conta com a ajuda da comunidade. As doações podem ser feitas pela internet, no site bit.ly/aishadp. Outra opção é depositar qualquer valor na Caixa Econômica Federal, Agência 4424, Operação 013, Conta 5648-9.

Escrevendo sua história
Segundo Aísha, parte fundamental na batalha contra o câncer foi o apoio dos familiares e amigos. Durante todo o tratamento, recebia dezenas de mensagens de gente querida pedindo notícias. "A rotina no hospital não me permitia responder todo mundo", lamenta. Por isso, para manter todos informados e encorajar outras pessoas na mesma situação, ela criou uma página em uma rede social. Lá, conta sobre as consultas em Porto Alegre, os passos do tratamento e fala sobre a importância de ser um doador de medula óssea. "Eu tive a sorte de ter um doador 100% compatível, mas muitas pessoas ainda estão na fila esperando por um. Imagina a alegria de poder salvar uma vida?", questiona em uma publicação. Você pode acompanhar a história da jovem através do link bit.ly/meduladp.

Como funciona o transplante

1 - O paciente é submetido a um tratamento (quimioterapia e/ou radioterapia), chamado condicionamento, que ataca as células doentes e destrói a própria medula

2 - O paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue

3 - A nova medula é rica em células chamadas progenitoras que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e irão migrar até a medula óssea, onde se alojarão e irão se desenvolver. Durante o período em que estas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Por isso, deve ser mantido internado no hospital, em regime de isolamento total.

4 - Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial.

Fonte: Inca

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Em busca de conter os javalis Anterior

Em busca de conter os javalis

Prontuário eletrônico chega às UBSs de Pelotas Próximo

Prontuário eletrônico chega às UBSs de Pelotas

Deixe seu comentário